A partir
da nossa pesquisa sobre as escolas de inclusão e especializadas a alunos
surdos, encontramos diversas opções, tanto em Porto, Alegre quanto em Canoas,
porém enfatizamos a escola CMET Paulo Freire que situa- se em Porto Alegre no
bairro Santana. A escola CMET Paulo Freire dispõe de atendimento a alunos
surdos, com professores ouvintes e surdos
também.
As outras escolas estão:
1-
A
Unidade de Ensino Especial Concórdia é uma escola especializada na Educação de
Surdos desde a Estimulação Precoce, a partir do diagnóstico de surdez, até a
Educação Profissional. Toda a equipe da Unidade de Ensino Especial Concórdia,
seus professores com formação específica para educação de surdos, seus
funcionários técnicos e funcionários em geral, utilizam a Língua Brasileira de
Sinais – Libras como meio de comunicação com os seus alunos.
2-
A
Escola de Ensino Médio para Surdos Professora Lília Mazeron, fundada em 13 de
maio de 1988, é uma das Escolas vinculadas à Fundação de Articulação e
Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e
Pessoas Portadoras de Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (FADERS).
Atualmente, a escola possui cento e dezessete (117) alunos. No entanto, com a implantação do Ensino Médio, estima-se que esse número venha a ser duplicado nos três (03) anos subsequentes.
O currículo é desenvolvido de forma a atender especificidades da comunidade surda, promovendo o desenvolvimento e a construção de sua identidade através da história dos surdos, arte e LIBRAS.
Atualmente, a escola possui cento e dezessete (117) alunos. No entanto, com a implantação do Ensino Médio, estima-se que esse número venha a ser duplicado nos três (03) anos subsequentes.
O currículo é desenvolvido de forma a atender especificidades da comunidade surda, promovendo o desenvolvimento e a construção de sua identidade através da história dos surdos, arte e LIBRAS.
3-
Escola Municipal de Ensino Fundamental
Bilíngue Salomão Watnick
Considerando
uma antiga demanda do Orçamento Participativo da cidade, a SMED criou uma
escola para surdos. Trata-se de uma Escola bilíngue, pois os surdos possuem uma
cultura visual para o entendimento e apreensão do mundo, o que se traduz pelo
reconhecimento, legalização e utilização da língua de sinais; daí a importância
de considerar a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - como a primeira
língua e a Língua Portuguesa como segunda língua. A Escola Municipal de Ensino
Fundamental Bilíngue Salomão Watnick está localizada na Rua Capitão Pedro
Werlang, nº 1011, bairro Intercap.
No CMET Paulo Freire atualmente cerca de 60 alunos surdos. Poucos são oralizados, a maioria utiliza exclusivamente Libras
para comunicarem-se. Todos os alunos desta escola sabem se comunicar através da Língua Brasileira de Sinais, o CMET Paulo Freire alfabetiza em Libras, a
grande maioria aprendeu na escola, há oficinas para a família também, na
tentativa de auxiliar ainda mais a comunicação. Há turmas exclusivas para surdos, há uma professora Surda e
Oralizada Ana e a professora Denise é interprete/Ouvinte. A grande
maioria dos professores desta escola são ouvintes e utilizam Libras na
comunicação.
Segundo as senhoras Gladis Perlin (doutora em educação pela UFRGS e professora adjunta na UFSC) e Karin Lílian Strobel (graduada em pedagogia e especialista na área da surdez) falam, no seu trabalho intitulado de “Fundamentos da Educação de Surdos” sobre a atenção da cidade de Porto Alegre com sua população que possui deficiência auditiva:
“Para iniciar, temos um exemplo. As concentrações surdas de Porto Alegre tem sido um tema constante nas narrativas. Foi lá que entre os anos de 1986 a nossos dias iniciou uma nova fase pela política surda nos aspectos principais que movimentaram os direitos dos surdos no Brasil e redirecionaram a política nacional para os surdos: educação, direitos, língua, saúde, leis, defesas culturais e pesquisas. Assim sendo, Porto Alegre é local capaz de lançar luzes de identificação política e cultural, uma cidade de referência para os surdos do Brasil. Aquela cidade contém a história de vida de muitos sujeitos surdos e enfatiza como aconteceram os elos fortes, os embates e o local de memória naquilo que poderíamos denominar de terra de origem, de determinação de construir identidades surdas. Muitos surdos do Brasil todo buscam Porto Alegre, lugar que pode soar como “um novo começo, empenhar de novo, levar uma vida melhor” no dizer de Sarup ( p. 269).
Mas seria
errôneo ver Porto Alegre como único local de identificação.
Isto adere do fato de
que as identidades surdas são múltiplas. Há locais que estabelecem elos e as
identidades aceitam estes fragmentos. Assim ser surdo da capital gaúcha não é o
mesmo que ser surdo do interior gaúcho.
Na verdade
existem identificações com o local. Assim a identidade surda também se
constitui no local. Se olharmos as interferências da família, da associação, da
escola, da cidade, do interior nas identidades veremos elas se constituírem
diversamente.
Vamos ensaiar nossa identidade subordinada a
nosso semelhante surdo.
Inicialmente vamos
analisar o que uma professora surda sinalizou em língua de sinais sobre seu
passado quando aconteceu o seu encontro surdo-surdo.
A cultura surda é trazida como elemento
constituidor de nossas identidades como surdos, na relação de poder com os
ouvintes e na produção 25 de
significados a respeito de nós, do nosso grupo, de outros grupos culturais.
O encontro surdo-surdo representa, pois,
a possibilidade de troca de significados
de constituição de identidades. Assim, o outro igual, o mesmo, é aquele
que usa a mesma língua e que consegue
construir possibilidades de troca efetiva e
compartilhar o processo político que significa e dá sentido”.
A obra Educação Inclusiva - o professor mediando para a vida, traz uma importante consideração sobre o tema para refletirmos...
ResponderExcluir“Se construir conhecimentos implica uma ação compartilhada, já que é através dos outros que as relações entre sujeito e objeto de conhecimento são estabelecidas, a diversidade de níveis de conhecimento de cada criança pode propiciar uma rica oportunidade de troca de experiências, questionamentos e cooperação. A aceitação da criança deficiente pelos colegas vai depender muito do professor colocar em prática uma pedagogia inclusiva que não pretenda a correção do aluno com deficiência, mas a manifestação do seu potencial. A escola, nesta perspectiva, deve buscar consolidar o respeito às diferenças, vistas não como um obstáculo para o cumprimento da ação educativa, mas como fator de enriquecimento e melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem para todos, tanto para alunos com deficiência quanto para aqueles sem deficiência.”
Att. Luciane.
Os professores exercem um papel fundamental em relação a inclusão de crianças deficientes no ambiente escolar, como cita o comentário acima. Pois é dever do professor fazer com que as crianças com deficiência interajam com as demais e vice-versa. E é dever das escolas fazer com que a educação inclusiva realmente aconteça.
ExcluirA educação inclusiva é aquela em que todas as crianças e jovens,
independentemente do gênero, nacionalidade, cultura, etnia, comunidade linguística, religião, situação econômica, deficiência, dificuldades de aprendizagem e sobredotação têm direito a frequentar a escola regular da sua localidade em equidade com os restantes alunos (Ainscow, 2003; Ainscow, Booth e Dyson, 2006; Martin e Gonzaléz-Gil, 2011; Unesco, 1994).
Olá pessoal.
ResponderExcluirGostaria de fazer três perguntas perguntas:
1) Quais são as referências bibiográficas citadas no texto? estes autores possuem várias publicações, algumas no mesmo ano, vocês possuem as informações destas publicações?
2) Qual o significado da frase " ..Inicialmente vamos analisar o que uma professora surda sinalizou em língua de sinais sobre seu passado quando aconteceu o seu encontro surdo-surdo.... " no texto acima, pois não compreendi o contexto no qual ela está inserida.
3) Na opinião de vocês, qual a influência da cultura local na constituição da identidade surda? Como a escola pode contribuir neste processo de constituição da identidade?
Abraço,
Vinicius.
Sobre a primeira pergunta. As citações são referentes ao trabalho realizado por Gladis Perlin e Karin Lílian Strobel, em 2006, pela UFSC. Neste trabalho ela cita vários autores como Oliver Wrigley, publicações em revistas e até trabalhos de outro alunos.
ExcluirOlá João Carlos.
ExcluirEstá ok, mas seria mais fácil para todos se as referências aparecessem explicitamente, como nos trabalhos acadêmicos. É uma coisa a ser melhorada nas próximas postagens.
Abraço.
Abordando o item referente à influência da cultura local com a identidade surda, essa relação da sociedade com uma parcela menor da população constituída pelas pessoas deficientes tem se modificado no decorrer dos tempos. Na atual Constituição Federal já nota-se uma maior preocupação com a pessoa portadora de deficiência e as dificuldades enfrentadas para a efetivação dos seus direitos. Com isso desde 1988, a sociedade vem tomando consciência da importância da sua participação mais ativa do que passiva para garantir essa inclusão e garantir os direitos dessa minoria. O posicionamento da sociedade e da cultura local influi diretamente na formação e desenvolvimento da identidade do deficiente, podendo motivá-los ou desmotivá-los, conforme o posicionamento da sociedade ser de inclusão ou de segregação.
ResponderExcluirOk José Antônio.
ResponderExcluirMais comentários?
Pessoal, qual o título dos trabalho de vocês?
ResponderExcluirEm relação ao comentário do colega João, sobre a inclusão das crianças, na minha opinião devemos desenvolver esse conceito que alguns professores ainda possuem de exclusão desses alunos ao pensar que o aproveitamento deles será melhor se estudarem em escolas especiais. O que eu considero mais eficiente seria incluí-los normalmente nas escolas regulares para uma maior interação e o que na verdade deve mudar é a especialização dos professores e dos próprios alunos sem deficiência, quanto ao conhecimento e aperfeiçoamento da Linguagem de Sinais, para também posteriormente na sociedade difundir esse conhecimento.
ResponderExcluirOk José Antônio.
ResponderExcluirA escola regular está, atualmente, de modo geral, preparada para receber alunos surdos? Qual a opinião de vocês?
Abraço,
Vinicius.
Boa tarde,
ResponderExcluirSou a tutora a distância de Libras – Rubia.
Parabéns pela realização da pesquisa. Muito interessante a forma que vocês apresentaram a mesma, trazendo os dados da pesquisa e uma discussão teórica. Apenas ressalto que vocês devem tomar cuidado quando se referirem as palavras de um autor. Se estiverem copiando um trecho do autor original deve-se colocar entre aspas e mencionar autor, ano e pág. Se estiverem parafraseando, ou seja, dizendo o que o autor disse com outras palavras deve-se indicar o nome do mesmo e o ano da obra. Caso contrário, caracteriza-se como plágio.
Corroborando com a discussão, faço o mesmo questionamento que o tutor Vinicius. Será que as escolas da rede regular de ensino estão preparadas para receber alunos surdos?
José Antônio Coutinho de Moraes Filho, você coloca que seria melhor os alunos surdos serem incluídos na rede regular de ensino para que houvesse uma maior interação. Você acredita que na escola especial estes alunos surdos não tem a mesma interação que na escola regular?
Fico no aguardo de mais contribuições,
Abraço