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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS NO AMBIENTE ESCOLAR EM IVOTI

Imagem ilustrativa

A nossa primeira postagem no blog trata da inclusão do aluno surdo no ambiente escolar e foi pesquisada na cidade de Ivoti. Neste município existe políticas públicas voltadas a inclusão de moradores portadores de alguma deficiência. Para isto, foi criado o Núcleo de Apoio a Inclusão – (NAI) que acompanha os alunos e dá todo o suporte necessário, como: apoio psicológico, fonoaudiólogo, transporte, uma sede física e um acompanhamento do aluno na rede pública municipal, além de uma orientação dos pais e familiares.


Uma das salas da equipe de profissionais 
Segundo a fonoaudióloga Cíntia Dexheimer não há na rede de ensino alunos deficientes auditivos que necessitem de profissional especializado em Libras, pois os dois únicos alunos que estão matriculados conseguem acompanhar as aulas com o uso de aparelhos auditivos. Os mesmos estão em escolas diferentes e os professores dão uma atenção especial pelo fato de suas limitações, como por exemplo: falar sempre de frente para os alunos, entre outras.



Recepção do NAI
O laboratório do NAI é bem estruturado e conta com uma equipe multidisciplinar que faz o acompanhamento dos alunos na rede de ensino e na sede do próprio Núcleo, localizada na Rua Carlos Gomes, nos fundos do Ginásio Municipal, no Bairro Harmonia.

Hoje, o NAI atende mais de sessenta alunos portadores de deficiências, com uma equipe composta por uma psicóloga, uma psicopedagoga, duas fonoaudiólogas e quatro professoras. Não há professores especializados em Libras, por não haver demanda no município. O atendimento clínico é oferecido no próprio NAI, com encontros individuais com os alunos e suas famílias.

Frente do PLUG¹ onde fica a sede do NAI

É de conhecimento da equipe do NAI que há alunos surdos no município que não estão matriculados na rede de ensino local, por opção dos familiares que preferem as escolas especializadas. Estes alunos costumas frequentar escolas especiais para surdos, onde tem uma estrutura mais adequada para sua deficiência. Uma das escolas frequentadas é a Escola Estadual Especial para alunos surdos Keli Meise Machado, situada em Novo Hamburgo e que atende desde a educação infantil até as séries finais do ensino fundamental.  

  
Material que achamos interessante disponibilizar a nossos colegas.

UM BREVE HISTÓRICO

Até meados de 1980, crianças e adolescentes com alguma deficiência física ou intelectual não frequentavam salas de aulas na rede regular de ensino, somente em instituições especializadas. Eram classificados como "retardados". Em reportagem publicada na revista Nova Escola, de Janeiro/Fevereiro de 2011, o assunto é tratado amplamente.

A primeira conquista veio com o direito à matrícula na rede de ensino, na Constituição de 1988. Em seguida, o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) determinou, em 1990, que pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular os filhos na rede regular. O termo "crianças excepcionais" veio na década de 1990, em contraponto aos alunos "normais". No início dos anos 2000, a designação foi alterada para "portadores de deficiência".

Em 2001, se tornou um crime a escola que recusasse fazer a matrícula. A rede, no entanto, achava que era o aluno quem deveria se adaptar ao ensino. Foi com um programa do Ministério da Educação (MEC), em 2003, que professores começaram a ser capacitados para o atendimento e, somente em 2008, com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, é que se definiu a obrigatoriedade do atendimento educacional especializado.


SURDEZ - Deficiência auditiva é o nome usado para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido (externo, médio e interno) pode levar a uma deficiência na audição. O conhecimento sobre as características da surdez permite um melhor desenvolvimento no trabalho pedagógico. A falta do intercâmbio auditivo-verbal traz para o surdo prejuízo ao seu desenvolvimento.

Este breve histórico foi retirado do site: http://www.ivoti.rs.gov.br/semec/
¹ PLUG Programa Lazer Unindo Gerações é um programa social em Ivoti.

9 comentários:

  1. Boa tarde,
    Sou a tutora de Libras a distância – Rubia.
    Estes dois alunos já tiveram algum contato com Libras?
    Com base no material disponibilizado por vocês, pergunto: Onde os alunos surdos são melhores atendidos, mas escolas de ensino regular ou em escolas especiais para surdos?

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    1. Olá Profª Rúbia.

      Os alunos com necessidades especiais do município de Ivoti, que relatamos no nosso trabalho, não necessitam de Libras para interagir com os demais, pois usam aparelho auditivo que lhes proporcionam condições igual aos ouvintes.Portanto, eles não têm conhecimento de Libras.
      Segundo a fonoaudióloga que nos atendeu no NAI os alunos com necessidades de Libras se matriculam na escola para surdos de Novo Hamburgo, isto por vontade dos familiares. O município ajuda no transporte e na assistência psicológica e outras necessárias.

      att,

      Marcelo

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  2. O direito à educação, a frequentar a escola comum, a aprender respeitando suas possibilidades, a conviver, porque é na convivência que mais se aprende. A interação com o grupo não importando as diferenças, capacidades físicas ou intelectuais não deixa dúvidas, do ponto de vista psicológico, que é com essas condições que a criança vai construindo sua identidade e quanto mais diversificadas forem essas experiências, mais amplia sua capacidade.
    Trago uma reflexão de Boaventura de Souza Santos: "Temos o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza; temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza."
    Att. Luciane.

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  3. Olá pessoal.
    Gostaria de fazer dois questionamentos:
    1) Por que vocês acharam importante disponibilizar o "breve histórico" acima? Por que ele não foi apenas citado?
    2) O que vocês pensam sobre as escola especializadas em alunos surdos? Vocês tentariam convencer familiares de escolas especializadas à matricular seus filhos em escolas regulares? Se, sim, que argumentos utilizariam? Se não, justifique sua escolha.

    Abraço,
    Vinicius.

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    1. Olá Vinicius.

      Como o texto "Breve Histórico" é relativamente pequeno nós achamos conveniente disponibilizá-lo diretamente no blog e também colocar um link. Porque muitas vezes temos o costume de não clicarmos nos links e estas informações acabam se perdendo.

      Concluímos que as escolas especializadas para surdos, na sua grande maioria, têm uma estrutura melhor que as tradicionais para desenvolver as aptidões necessária para uma pessoa com deficiência auditiva. Nestas escolas as crianças podem compartilhar o conhecimento sobre Libras e outras, que também são necessários.

      É claro que estas crianças tem que conviver com outras crianças ouvintes e serem inseridas no meio social, através da escola e de outras atividades sociais.

      Uma pessoa por ter uma deficiência não pode ser excluída do convívio das demais, pois a vida deles, de alguma forma, vão se cruzar e nesta hora este convívio vai fazer falta. Um dia este jovem terá que trabalhar, constituir uma família, enfim, fazer parte da comunidade e viver normalmente com a sua deficiência. Estes seriam alguns argumentos. Certamente, um acompanhamento psicológico seria indicado para o jovem deficiente auditivo e sua família, tornando mais fácil a transição entre o meio familiar e a sociedade.

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    2. Ok Marcelo, então pelo que vejo, você destaca a importância das duas modalidades. Quem sabe uma educação mista regular/especial não fosse uma saída? O que vocês pensam sobre estas modalidades? Comentem.

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  4. Boa tarde pessoal,
    Gostaria de contribuir com este importante debate que vocês estão realizando.
    As colocações do ALE Marcelo Schramm são pertinentes. As crianças surdos precisam sim deste contato com as crianças ouvintes, mas é vital que elas tenham o contato em primeira instância com a Língua Brasileira de sinais, que é aprendida de forma muito natural com os seus pares, ou seja, outras pessoas surdas, sejam elas crianças ou adultos, e também com ouvintes que dominem fluentemente a Libras.
    A questão da educação mista regular/especial é a atual política educacional do MEC, ou seja, em um turno a criança vai para a escola regular, no outro para o AEE. A comunidade surda pensa um pouco diferente disto. Esta discussão será aprofundada na Web conferência!
    Diante desta discussão deixo uma reflexão: A criança ouvinte que esta matriculada na rede regular de ensino, assiste à aula em sua primeira língua (Brasil – português), após a aula vai realizar outras atividades de seu interesse... A criança surda matriculada na rede regular de ensino assiste à aula em sua segunda língua, muitas vezes na modalidade oral, sem a interpretação de um tradutor, e no outro turno vai para outra escola assistir os mesmos conteúdos em sua primeira língua – Libras – para apropriar-se dos mesmos. O que lhes parece?
    Abraço

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  5. Gostaria de acrescentar a estas questões que estão sendo debatidas este trecho que segue, pois quando pensarmos a diferença surda na escola significa oferecer,
    como diz Souza (2006, p. 275-276):
    “uma hospitalidade incondicional; (...) uma hospedagem sem
    impor pagamentos ou adaptações para que [o aluno] se
    conforme, e a seu corpo, ao tamanho da cama que lhe
    oferecemos”. Significa aceitar a fala do sujeito surdo em
    sinais, “escutá-lo com nosso olhar e correr os riscos de nos
    deixarmos afetar pela desordem que é falar e ouvir em
    outra ordem significante”

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  6. Eu creio que uma escola especializada seria ideal, mas como sabemos todos tem direitos as escolas normais ou seja mesmo as pessoas deficientes, mas penso que os professores teriam que ser preparados para poder atender de uma maneira mais correta. Sabemos que a cada ano que passa teremos mais e mais alunos com deficiencias, portanto temos que estar preparados e aptos.

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