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domingo, 27 de outubro de 2013


Educação e Inclusão – São Leopoldo

No município de São Leopoldo possui várias escolas inclusivas, dentre estas escolas estão a EMEF Maria Gusmão Brito, EMEF Castro Alves e a EMEF Franz Louis Weinmann, que possuem alunos com deficiência auditiva.

 Em Novo Hamburgo há uma escola especial para surdos, Escola Estadual Especial Keli Meise Machado, onde uma aluna de São Leopoldo frequenta transportada pela SMED, Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo. Há diferentes tipos de surdez dentre esses alunos. Na escola Castro Alves possui um interprete de Libras. Estes alunos como outras inclusões de diferentes deficiências possuem atendimento especializado na sala de recursos multifuncional, através do Nappi ( Núcleo de apoio e pesquisa ao processo de inclusão ).

Professoras: Claudia (SRM Paulo Beck) e Liege (SRM Castro Alves)


 
 

Educação de surdos no ensino regular: inclusão ou segregação?


A valorização das pessoas surdas e de sua história é o nosso ponto de partida. O mundo do surdo é especial e diferente. É um mundo cercado de luz, cores, movimento, expressões de tristeza e alegria e tudo o que se pode captar com os olhos.
O impacto de uma imagem para alguém que não ouve é extremamente maior, por isso a relação com uma pessoa surda deve ser cuidadosa e atenta. Para garantir sua participação nas atividades escolares e prevenir situações de risco de exclusão.
Alguma característica atribuída às pessoas surdas como agressividade falta de educação, egocentrismo, isolamento, timidez, na maioria dos casos, trata-se de um único problema: falta de comunicação. Alguém que não entende e que não é capaz de se fazer entender pode desenvolver atitudes radicais, que muitas vezes são incompreendidas pela sociedade e pela própria família. Perdendo o referencial familiar e da sociedade, de uma forma geral, o surdo perde a noção de seu espaço e de sua função no mundo, sentindo-se inútil e um fardo a ser carregado.
A motivação é o primeiro passo que leva à troca de experiência entre ambas as culturas. Porque é fundamental motivar a criança a desempenhar por si só o seu potencial, pois ela sente-se participativa a crescer em unidade com os ouvintes querendo contribuir na construção do elo que liga os dois mundos.
A língua de sinais, para o surdo, tem um valor importantíssimo: é ela que possibilita seu relacionamento com o mundo surdo e com o ouvinte; é a língua através da qual expõe naturalmente suas emoções.
Deve-se desenvolver nos educadores competência e conhecimento na causa da educação aos alunos especiais, como direcionar os campos do conhecimento e ciências, tais como matemática, português, ciências, história e demais, pois a cada área do conhecimento tem sua particularidade e forma diferenciada de ensinar e aprender. Ministrar cursos, palestras e encontros, voltados para o surdo, abordando temas relevantes à sua cultura, educação, saúde, orientação e planejamento familiar e matrimonial.
Os hábitos da comunidade surda são pouco divulgados ou divulgados de forma pouco eficaz. Os próprios integrantes desta comunidade, às vezes, não têm consciência de suas especificidades, o que gera em alguns casos, sérios problemas de identidade.
A inclusão Escolar é um processo gradual e dinâmico que pode tomar formas distintas de acordo com as necessidades dos alunos. Acredita-se que essa integração possibilite a construção de processos linguísticos, adequados, de aprendizado dos conteúdos acadêmicos e uso social da leitura e da escrita. Nessa proposta o professor media e incentiva a construção do conhecimento através da interação com ele e com os colegas.
A verdadeira inclusão de surdos se dará quando houver uma proposta que ofereça a possibilidade dos surdos serem como um aluno qualquer, no sentido de terem autonomia em suas atividades, serem compreendidos em sua língua e terem um outro olhar por parte dos professores.
Nós pessoas interessadas em conhecer a “Libras” e procurar devolver à pessoa surda sua autoestima, orientando-a no sentido de reconhecer seus direitos e deveres enquanto cidadão, seu papel na sociedade, sua condição enquanto pessoa surda, seus verdadeiros “limites”, sua relação com a família e principalmente, o seu “eu”, através de atividades interacionais e de recursos que promovem uma ampliação de conhecimento de mundo.

(*) Andressa Vieira da Silva


 

“AS DIFERENÇAS ENRIQUECEM A VIDAS DE TODOS”
 

 
 
 

 

Inclusão de alunos surdos em escolas da região

           Nosso grupo visitou a Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Jacob Kroeff Neto, situada no bairro Rincão- Novo Hamburgo. Não há na escola nenhuma inclusão de aluno com surdez neste ano, há sim, outros tipos de inclusão. Porém nesta escola, já estudou uma aluna surda, chamada Raquel da Silva. A Raquel é artista plástica e caricaturista aqui de Novo Hamburgo (www.raqueldasilva.com.br). Falamos com a professora que lecionou na época para a Raquel, ela nos relatou que não haviam profissionais qualificados e a disposição para atender alunos de inclusão nas escolas. A Raquel permaneceu na escola até se formar na 4ª série e sua comunicação com os professores era com gestos e desenhos, depois com a escrita, pois nenhum professor sabia LIBRAS. O que facilitou o processo de aprendizagem da menina foi a facilidade que ela possuia em ler os lábios das pessoas. Em Novo Hamburgo temos a Escola Estadual Especial Kelly Meise Machado, onde muitas crianças com deficiência auditiva são encaminhadas, por haver profissionais qualificados para o atendimento das mesmas. Porém sabemos que os orgãos governamentais por lei, devem disponibilizar um profissional habilitado para atuar/acompanhar o aluno inclusão no processo de aprendizagem em qualquer escola da rede.

(quadro da artista Raquel da Silva)

(EMEF Dr. Jacob Kroeff Neto)

A Inclusão do Aluno Surdo na Escola Regular - Escola Municipal de Ensino Fundamental Engenheiro Ildo Meneghetti

O que se imagina como Inclusão e que é previsto pelas leis atuais é de que todas as crianças frequentem a escola regular, e esta deve estar apta a receber o aluno. A questão se complica porque a comunicação torna-se difícil, principalmente se o aluno surdo tem como primeira língua não o português, mas sim: a língua brasileira de sinais, Libras. A comunidade surda defende não defende a inclusão em salas comuns, e sim a existência de escolas bilíngues, com salas em que sejam ensinados libras e o português escrito.

O Decreto N° 5.626 de 2005, no seu artigo 5°, determina que a formação de docentes para o ensino da Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, deve ser realizado em curso de Pedagogia ou curso normal superior, no qual a Libras e a Língua Portuguesa escrita constituam língua de instrução, possibilitando formação bilíngüe. No § 1º admite-se formação mínima de segundo grau para estas etapas de ensino, sendo que no § 2º há a colocação de que a pessoa surda terá prioridade nos cursos de formação.

Classe para surdos é INCLUSÃO ESCOLAR? Fonte: Youtube (Lúcio Cruz)

Atualmente o Brasil depara-se com um novo paradigma o da Inclusão Social dos portadores de necessidades especiais na busca de uma escola para todos, sem separações de sexo, raça, classe social para uma abordagem de educação inclusiva que está aberta para colher as diferenças. Isso significa atentar para as mudanças e diferenças dessa forma a inclusão social torna-se um direito adquirido no cenário brasileiro. (MENEZES, 2006)

A lei 10.436 reconhece a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais LIBRAS e com isso seu uso pelas comunidades surdas ganha respaldo do poder e dos serviços públicos. Esta lei foi regulamentada em 22 de dezembro de 2005, pelo Decreto de nº. 5.626/05 que estabelece a inclusão da LIBRAS como disciplina curricular no ensino público e privado, e sistemas de ensino estaduais, municipais e federais (Cap.II, art. 3º). Este decreto, no capítulo VI, Art. 22, incisos I e II, estabelece uma educação inclusiva para os surdos, numa modalidade bilíngue em sua escolarização básica, garantindo-se a estes alunos, educadores capacitados e a presença do intérprete nessas classes. (MENEZES, 2006).

O Art. 3º do Decreto nº. 5.626/05 tem redação que se estende  ao artigo 4º da lei regulamentada. Essa a redação: A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Art. 3º do Decreto nº. 5.626/05)
§ 1º. Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério
§ 2º. A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto”

A Lei nº. 10.436 foi regulamentada no mesmo decreto, porém, estabelecendo normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, que interfere com a questão educacional em relação ao aspecto físico.

O professor regular que tenha uma ou mais crianças surdas na classe tem de fazer de tudo para se comunicar com elas. No entanto, mesmo que ele aprenda a língua de sinais, a presença de um professor surdo, que domine as libras como primeira língua e possa ensiná-la e facilitar a comunicação da criança, também é fundamental.


Assim como ocorre com crianças com outras deficiências, o aluno surdo que frequenta uma classe regular deve receber apoio específico no contraturno, ou seja, no horário em que não estiver na aula. Nesse período, ele terá o apoio de professores que dominam a língua de sinais e podem auxiliá-lo a resolver dúvidas e a se comunicar melhor, além do contato com materiais também específicos.

Inclusão de alunos surdos – como é feita

O movimento da chamada educação inclusiva, que emerge apoiado pela Declaração de Salamanca (1994), defende o compromisso que a escola deve assumir de educar cada estudante, contemplando a pedagogia da diversidade, pois todos os alunos deverão estar dentro da escola regular, independente de sua origem social, étnica ou lingüística.

Assim, de acordo com Mazzota (1996), a implementação da inclusão tem como pressuposto um modelo no qual cada criança é importante para garantir a riqueza do conjunto, sendo desejável que na classe regular estejam presentes todos os tipos de aluno, de tal forma que a escola seja criativa no sentido de buscar soluções visando manter os diversos alunos no espaço escolar, levando-os a obtenção de resultados satisfatórios em seu desempenho acadêmico e social.

A inclusão escolar é vista como um processo dinâmico e gradual, que pode tomar formas diversas a depender das necessidades dos alunos, já que se pressupõe que essa integração/inclusão possibilite, por exemplo, a construção de processos lingüísticos adequados, de aprendizado de conteúdos acadêmicos e de uso social da leitura e da escrita, sendo o professor responsável por mediar e incentivar a construção do conhecimento através da interação com ele e com os colegas.

Conforme Stumpf afirma a partir de sua prática surda,
[...] a inclusão acontece a partir de dois movimentos: da construção social de toda a sociedade que entende e acolhe, e dos surdos, que vão participar porque se sentem acolhidos [...] Este movimento da sociedade implica em responsabilidade social como prática constante no agir das pessoas e das instituições a partir de uma posição ética, uma posição em que a liberdade individual é posta em segundo plano a fim de que a justiça assuma primazia nas relações intersubjetivas (STUMPF, 2008, p.27).

Botelho (1998) e Lacerda (2000), entre outros autores, alertam para o fato de que o aluno surdo, freqüentemente, não compartilha uma língua com seus colegas e professores, estando em desigualdade lingüística em sala de aula, sem garantia de acesso aos conhecimentos trabalhados, aspectos estes, em geral, não problematizados ou contemplados pelas práticas inclusivas.

Laplane (2004) argumenta que acreditar que valores e princípios da educação inclusiva sejam capazes de promover instituições mais justas do que aquelas que fundamentaram a segregação, compreender que o discurso em defesa da inclusão se constituiu historicamente como oposto ao da segregação e, nesse contexto, reconhecer a importância de destacar as vantagens da educação inclusiva não pode ocultar os problemas todos que esta mesma “educação inclusiva” impõe. A autora defende que a questão central dos ideais da educação inclusiva se confronta com a desigualdade social presente no Brasil e em outros países em desenvolvimento.

Graus de Surdez

Pesquisas realizadas no Rio Grande do Sul indicam a casa de 400 mil pessoas com algum tipo de surdez. A surdez é classificada em três graus: leve, moderada e severa ou profunda.

No grau leve os pacientes ouvem bem, porém muitas vezes não entendem o que as pessoas estão falando, precisam ficar mais perto para escutarem. Este caso chamamos de surdez de condução, que ocorre quando existe uma lesão no ouvido externo, que não permite a passagem das ondas sonoras.

No caso moderado para severo, os sons ficam distorcidos e as palavras soam abafadas. O deficiente auditivo fica pedindo para que as pessoas falem em tom mais alto, necessitando do uso de aparelho. É considerado surdez de recepção, pois, existe uma lesão do ouvido interno ou do nervo auditivo que é o transmissor dos impulsos sonoros para ao cérebro. Por isso, quando as vibrações chegam, sua transformação da percepção auditiva está perturbada, não existindo a elaboração e identificação das informações.

Além destes, existe também o grau severo e profundo que permite o indivíduo perceber apenas sons altos e vibrações, obrigando-o a exigir mais da visão para processar as informações. Este caso necessita de uma educação especial com linguagem oral expressiva e receptiva, além do uso constante de aparelho auditivo. Essa deficiência ocorre devido à dupla lesão, tanto do aparelho de transmissão e de recepção, essa é chamada de surdez mista.

A surdez pode ser adquirida ou congênita. Na primeira, podemos exemplificar pela meningite, quando durante a infância a criança adquiri a surdez. Enquanto no segundo caso, a mãe infectada pela rubéola, repassa para o feto e este já nasce com a deficiência. Medicamentos que as mães usam sem saber que estão grávidas, podem causar a surdez nos recém-nascidos. Normalmente os familiares ou as pessoas que estão em contato com as crianças percebem a surdez das crianças a partir dos seis meses de idade, quando elas não reagem aos estímulos sonoros.


ENTREVISTA – Escola Ildo Meneghetti – Ivoti/RS

1. Nesta região as escolas tem inclusão de alunos surdos? Ou há escolas com atendimento específico para surdos? Ou outras instituições prestam este atendimento?

Na região, há uma escola especial para surdos, então, até onde sabemos há um aluno de Ivoti, que frequenta esse espaço em Novo Hamburgo.
Escola Ildo Meneghetti


Lista de Escolas para alunos Surdos da região (mais próximas conforme Feneis):
  • ·         Escola Estadual Especial Keli Meise Machado - NH
  • ·         Escola Estadual Padre Reus – Esteio
  • ·         Centro de Atendimento Especializado par Deficientes Auditivos – POA
  • ·         EPHETA Instituto Frei Pacífico de 1º Grau Incompleto – POA
  • ·         Escola de Ensino Fundamental para Surdos Prof. Lilia Mazeron – POA
  • ·         Escola Estadual de Ensino Fundamental Mané Garrincha – POA
  • ·         Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire – POA
  • ·         Unidade de Ensino Especial Concórdia – ULBRA – POA
  • ·         Escola Municipal de Educação Especial – Gravataí
  • ·         Escola Municipal de Ensino Fundamental para Surdos Vitória – Canoas
  • ·         Escola Luterana São Matheus – Sapiranga

 Sala de Recursos da Escola Ildo Meneghetti e materiais










2. Quantos alunos surdos estudam nesta instituição? Qual é tipo de surdez (Surdo, Deficiente Auditivo ou Surdo Oralizado)?

Em nossa Escola, a Ildo Meneghetti, temos uma aluna com perda auditiva severa, que utiliza aparelho auditivo.


3. Estes alunos sabem a Língua Brasileira de Sinais - Libras? Onde aprenderam?

Não foi necessário utilizar a Língua de Sinais, pois ainda há resquícios de audição e a aluna consegue fazer a leitura labial.

4. Na sala de aula, o aluno surdo tem o profissional Tradutor/Intérprete de Língua Brasileira de Sinais - Libras? Ou outros tipos de profissionais?

Não há necessidade de intérprete na sala, pois consegue acompanhar a aula, com alguns cuidados básicos como:
  • ·         Sentar-se na frente;
  • ·         A professora falar sempre de frente para a aluna;
  • ·         Avaliação diferenciada nas produções escritas.
  • ·         Além disso, a aluna tem acompanhamento na sala de recursos multifuncional e atendimento fonoaudilógico.


5. Há professores nesta intituição que sabem a Língua Brasileira de Sinais - Libras?

Sim. Temos as três professoras do AEE(Atendimento Educacional Especializado), com formação para prestar o atendimento em Liras e orientações na sala de aula regular. Também temos professoras com formação específica em Libras.

O poder público tem garantido condições de acesso e aprendizagem aos alunos surdos? Como a comunidade (familia, escola, ONGs, entidades religiosas) atua para amparar o surdo na região/cidade? Os professores estão preparado para atender alunos surdos?

Em nossa rede, o poder público tem se esforçado para garantir a permanência de todos os alunos na escola. Quanto às famílias, ainda percebemos certa resistência em matriculá-los em escolas regulares, pois acreditam que a convivência com seus pares seja a melhor opção.

O professor e qualquer outro profissional ou a própria família somente se prepara para situações problemas  que são reais. Acredito que quando este aluno chegar, o professor irá se atualizar E amparado pela legislação, o aluno surdo tem direito a um intérprete em Libras, que fará a interlocução entre ele e as pessoas que circulam pela escola, até que muitos aprendam com esse aluno, para que em pouco tempo este interprete não seja mais necessário.

           Professora Ângela – Especialista da Sala de Recursos da Escola Ildo Meneghetti

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Fica então a pergunta: o que é o ideal? Escola exclusiva para surdos, escola regular com inclusão ou escola bilingue? 

O poder público criou a Lei para garantir a inclusão, mas até que ponto tem realmente garantido que o aluno surdo possa estar realmente inserido na escola em iguais condições do aluno regular?

As universidades tem preparado os professores para o atendimento especializado, mas só isto é necessário? 

Como vimos, nas próprias palavras da professor Ângela, o poder público tem sim demonstrado esforço para manter estes alunos dentro do ambiente escolar, apesar das famílias ainda terem um certo receio de enviar seus filhos a uma escola regular.
As escolas regulares encontram-se equipadas com recursos materiais e humanos, em sua grande maioria. E as escolas que ainda não possuem este amparo, buscam recursos visando cumprir a Lei e conseguem de suas mantenedoras este resguardo. Ainda assim, são poucos os alunos surdos que surgem nas escolas regulares.
Os professores que se formaram a mais tempo, não tem, em sua maioria, conhecimento suficiente para lidar com alunos surdos. Precisam sempre que tem um aluno assim, um intérprete em Libras ou um apoio especializado. 
Para que o aluno surdo sinta-se incluído no ambiente escolar regular, o ideal seria não necessitar um intérprete, pois caracterizaria em "diferença" na sala de aula. O professor "regular" deveria ter treinamento para poder atender de forma bilingue seus alunos. 
O próximo passo do poder público então, deve ser criar mais escolas bilingues, que possam atender regular e normalmente todo tipo de aluno. Fazendo assim com que o aluno surdo sinta-se realmente inserido na comunidade escolar e interagindo não apenas com professores, mas com colegas e funcionários da escola, sem a necessidade de um intérprete.


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REFERÊNCIAS

BOMFIM, Rute Oliveira do; PEREIRA, Ana Paula de Almeida de. A interação do professor com o aluno surdo: Estratégias de intervenção numa proposta Bilíngüe. Disponível em <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2351-6.pdf>. Acesso em 26 out 2013.

BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei Nº. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá
outras providências.

FRANCO, Monique Mendes; CRUZ, Maurício Rocha. Surdez e educação superior: que espaço é esse? Disponível em <http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT15-4625--Int.pdf>. Acesso em 26 out 2013.

LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de. A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v26n69/a04v2669.pdf>. Acesso em 23 out 2013.

LOPES , Maura Corcini. MENEZES, Eliana da Costa Pereira de. Inclusão de alunos surdos na escola regular. Disponível em <http://www.ufpel.edu.br/fae/caduc/downloads/n36/03.pdf>. Acesso em 23 out 2013.

MENEZES, Ebenezer Takuno de. SANTOS, Thais Helena dos."LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais)" (Verbete) . Dicionário Interativo da Educação Brasileira. Educa Brasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2006.

COMPONENTES:




  • Carlena Herrmann Mendes
  • Ester Baungarten Fucks
  • Luciane Coutinho Precht
  • Sabrina Chaves Ramirez
  • Siani Tatiana Klunk

sábado, 26 de outubro de 2013

Inclusão de aluno surdo no ambiente escolar.

Durante a realização desta atividade , observamos várias realidades. Abaixo listamos as escolas pesquisadas e suas localidades:


- Colégio Gustavo Schreiber: Localizado no centro do município de São Leopoldo/RS;






- Escola Municipal de Ensino Fundamental Francisca Saile: Localizada no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo/RS;



- Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Quitéria: Localizada no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo;
- Escola Municipal de Ensino Fundamental Clodovino Soares: Localizada no bairro Teópolis, em Esteio.
Independente da localização das escolas, constatamos que há uma idéia em comum, a qual também nos leva a conclusão que, por mais que as escolas contem com material e preparação para receber surdos , eles tem um melhor aprendizado em escolas especiais. 

Isto porque nestes locais que são adaptados para recebê-los , eles terão um melhor acompanhamento e um melhor aprendizado juntamente com os demais colegas com esta limitação.


Acreditamos que os educadores, assim como as instituições de ensino, tem um grande desafio, no que diz respeito a inclusão de alunos especiais em suas salas de aula.
Entre as escolas que questionamos em apenas uma havia um aluno surdo (EMEF Clodovino Soares), mas o mesmo é oralizado. Nas demais escolas apenas deficientes auditivos (usuários de aparelhos). Na escola EMEF Clodovino Soares questionamos sobre a utilização da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, na sala de aula. A diretora desta escola nos comentou que vários professores tem conhecimento sobre a língua de sinais e que estão preparados para receber, em suas salas de aula, alunos surdos. 

A rede municipal de Esteio fornece o curso de Libras aos professores. A resposta data pela diretora da EMEF Clodovino Soares, assim como a coordenadora pedagógica da EMEF Maria Quitéria, escola que possui aluno com deficiência auditiva, quando perguntadas se estes alunos utilizam a linguagem de sinais, é que nos deixou , digamos, intrigados. Ocorre que as famílias destas crianças não aceitam o uso desta metodologia de ensino. Com isto, entendemos que os pais, na tentativa de incluírem seus filhos num processo de ensino onde a discriminação possa não existir, acabam prejudicando o processo de aprendizagem destes. 

A língua de sinais é uma ferramenta que facilita a educação do aluno especial. Neste sentindo, identificamos em todas as escolas, a necessidade de um trabalho em equipe (pais, professores e instituições de ensino), para que o método de inclusão dos alunos especiais tenha uma melhor qualidade e eficiência. 

Em todas as escolas pesquisadas podemos comprovar, via entrevista com diretores, coordenadores pedagógicos e orientadores, a disposição dos profissionais do ensino em trabalhar em prol da inclusão dos alunos especiais em suas salas de aula, o que concluímos como algo muito positivo para a evolução do processo de aprendizado destes.

Aproveitamos este espaço no blog do Pólo de Novo Hamburgo para publicar alguns vídeos relacionados ao tema de inclusão de alunos surdos nas escolas. Projetos como o “Entre na Roda” que auxilia crianças surdas a entenderem o que está escrito nos livros de história, em São José dos Pinhais, no Paraná. 

Em outro vídeo temos o modelo do Colégio Estadual para Surdos Alcindo Fanaya Junior, em Curitiba-PR.

"Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem 
de reconhecer as suas habilidades."    
Hallahan e Kauffman, 1994.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Inclusão de alunos surdos em escolas - Porto Alegre


A partir da nossa pesquisa sobre as escolas de inclusão e especializadas a alunos surdos, encontramos diversas opções, tanto em Porto, Alegre quanto em Canoas, porém enfatizamos a escola CMET Paulo Freire que situa- se em Porto Alegre no bairro Santana. A escola CMET Paulo Freire dispõe de atendimento a alunos surdos, com professores ouvintes e surdos também.



As outras escolas estão:

1-            A Unidade de Ensino Especial Concórdia é uma escola especializada na Educação de Surdos desde a Estimulação Precoce, a partir do diagnóstico de surdez, até a Educação Profissional. Toda a equipe da Unidade de Ensino Especial Concórdia, seus professores com formação específica para educação de surdos, seus funcionários técnicos e funcionários em geral, utilizam a Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio de comunicação com os seus alunos.

2-            A Escola de Ensino Médio para Surdos Professora Lília Mazeron, fundada em 13 de maio de 1988, é uma das Escolas vinculadas à Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e Pessoas Portadoras de Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (FADERS).
Atualmente, a escola possui cento e dezessete (117) alunos. No entanto, com a implantação do Ensino Médio, estima-se que esse número venha a ser duplicado nos três (03) anos subsequentes.
O currículo é desenvolvido de forma a atender especificidades da comunidade surda, promovendo o desenvolvimento e a construção de sua identidade através da história dos surdos, arte e LIBRAS. 
  
3-            Escola Municipal de Ensino Fundamental Bilíngue Salomão Watnick
Considerando uma antiga demanda do Orçamento Participativo da cidade, a SMED criou uma escola para surdos. Trata-se de uma Escola bilíngue, pois os surdos possuem uma cultura visual para o entendimento e apreensão do mundo, o que se traduz pelo reconhecimento, legalização e utilização da língua de sinais; daí a importância de considerar a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - como a primeira língua e a Língua Portuguesa como segunda língua. A Escola Municipal de Ensino Fundamental Bilíngue Salomão Watnick está localizada na Rua Capitão Pedro Werlang, nº 1011, bairro Intercap.


 No CMET Paulo Freire atualmente cerca de 60 alunos surdos. Poucos são oralizados, a maioria utiliza exclusivamente Libras para comunicarem-seTodos os alunos desta escola sabem se comunicar através da Língua Brasileira de Sinais, CMET Paulo Freire alfabetiza em Libras, a grande maioria aprendeu na escola, há oficinas para a família também, na tentativa de auxiliar ainda mais a comunicação. Há turmas exclusivas para surdos, há uma professora Surda e Oralizada Ana e a professora Denise é interprete/Ouvinte. A grande maioria dos professores desta escola são ouvintes e utilizam Libras na comunicação.
     
    
   Segundo as senhoras Gladis Perlin (doutora em educação pela UFRGS e professora adjunta na UFSC) e Karin Lílian Strobel (graduada em pedagogia e especialista na área da surdez) falam, no seu trabalho intitulado de “Fundamentos da Educação de Surdos” sobre a atenção da cidade de Porto Alegre com sua população que possui deficiência auditiva:
      “Para iniciar, temos um exemplo. As concentrações surdas de Porto Alegre tem sido um tema constante nas narrativas. Foi lá que entre os anos de  1986 a nossos dias iniciou uma nova fase pela política surda nos aspectos  principais que movimentaram os direitos dos surdos no Brasil e redirecionaram  a política nacional para os surdos: educação, direitos, língua, saúde, leis,  defesas culturais e pesquisas. Assim sendo, Porto Alegre é local capaz de lançar luzes de identificação política e cultural, uma cidade de referência para os surdos do Brasil. Aquela cidade contém a história de vida de  muitos sujeitos surdos e enfatiza como aconteceram os elos fortes, os embates e o local de memória naquilo que poderíamos denominar de terra de origem, de  determinação de construir identidades surdas. Muitos surdos do Brasil todo  buscam Porto Alegre, lugar que pode soar como “um novo começo, empenhar  de novo, levar uma vida melhor” no dizer de Sarup ( p. 269).
   Mas seria errôneo ver Porto Alegre como único local de identificação.
Isto adere do fato de que as identidades surdas são múltiplas. Há locais que estabelecem elos e as identidades aceitam estes fragmentos. Assim ser surdo da capital gaúcha não é o mesmo que ser surdo do interior gaúcho.
   Na verdade existem identificações com o local. Assim a identidade surda também se constitui no local. Se olharmos as interferências da família, da associação, da escola, da cidade, do interior nas identidades veremos elas se constituírem diversamente.
   Vamos ensaiar nossa identidade subordinada a nosso semelhante surdo.
Inicialmente vamos analisar o que uma professora surda sinalizou em língua de sinais sobre seu passado quando aconteceu o seu encontro surdo-surdo.
   A cultura surda é trazida como elemento constituidor de nossas identidades como surdos, na relação de poder com os ouvintes e na produção  25 de significados a respeito de nós, do nosso grupo, de outros grupos culturais. O  encontro surdo-surdo representa, pois, a possibilidade de troca de significados  de constituição de identidades. Assim, o outro igual, o mesmo, é aquele que  usa a mesma língua e que consegue construir possibilidades de troca efetiva e  compartilhar o processo político que significa e dá sentido”.
  



Inclusão de Alunos com Surdez? Campo Bom.



            Inclusão de Alunos com Surdez?

Realizamos nossa pesquisa nas escolas da cidade de Campo Bom, na região do Vale dos Sinos. Localizamos duas escolas que atendem alunos surdos.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Dona Augusta, localizada na Rua Alvorada, 395, Loteamento Dona Augusta, atende três alunos surdos: dois alunos do 5º ano e um aluno do 1º ano. Os dois alunos que estudam no 5º ano são irmãos.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Centro de Educação Integrada - CEI, localizada na Rua 20 de Setembro, 515, Bairro Centro, também atende três alunos surdos, todos do 8º ano.
Os seis alunos possuem surdez total.
Todos os alunos, tanto da Escola Dona Augusta, quanto da escola CEI aprendem a Língua Brasileira de Sinais - Libras.
As duas escolas trabalham da mesma maneira, cada turma que atende aos alunos surdos possui dois professores: o professor titular e o professor tradutor/intérprete.
Os professores tradutores/intérpretes utilizam a Língua Brasileira de Sinais – Libras para traduzir aos alunos surdos o que o professor titular passa em aula.
Após a realização da pesquisa que foi feita em Campo Bom, Parobé e Taquara, encontramos apenas os casos referidos acima como práticas de inclusão. Com certeza estamos evoluindo na inclusão, porém necessitamos de uma maior formação dos professores e de investimentos nas escolas referente aos mais variados tipos de inclusão.

Notícia sobre a escola Dona Augusta e alunos surdos da instituição:








Mais do que uma noite para comemorar as melhorias da Escola de Ensino Fundamental da Dona Augusta, a última quinta-feira, dia 26, foi de celebrar a inclusão na escola. Com varias atrações preparadas pelos alunos e professores, o ponto alto da noite de apresentação das melhorias na escola à comunidade ficou por conta da apresentação de 30 alunos que, junto com os professores, fizeram uma dança coreografada da música Cuida de Mim, de Michael Sulivam, ao mesmo tempo em que traduziram a letra da canção para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a língua de surdo. Pais, alunos, membros da comunidade e autoridades acompanharam a encenação preparada pelas crianças que tem entre 6 e 11 anos de idade e que ensaiaram por varias semanas para fazer bonito diante da platéia, emocionando os convidados. Segundo a diretora da escola, Iara Martins Teixeira, a apresentação foi feita especialmente em homenagem ao aluno Gustavo, de 6 anos, que é surdo e para mostrar a todos a importância da inclusão. “Desde que ele começou a estudar aqui este ano os colegas e professores têm se esforçado para se comunicar com o Gustavo. Além da professora regular da sala dele temos uma educadora especial e ficamos felizes de ver cada vez mais a interação dele com as outras crianças e o esforço delas em se comunicar com ele. Queríamos mostrar como podemos manter esta comunicação se tivermos força de vontade”, afirmou a diretora.